domingo, 8 de março de 2009

Dos sonhos que se perdem


E ele disse que não ia tocar mais nas próximas décadas. E que ia ser um advogado brilhante e ficaria rico com isso. Mas um advogado brilhante não é um astro do rock. 

Ele disse que não ia tocar mais nas próximas décadas...ele disse...


Não consigo parar de pensar nisso. Será que eu sou quem achei que seria aos 14 anos? E será que aos 50 eu vou ter sido quem eu quero ser hoje? Será que vou abrir mão dos meus ideais por praticidade? Será que já não abro a cada dia?

Eu acredito que sonhos não são mutáveis. Apenas são esquecidos. Se você queria ser bailarina aos cinco anos, aos setenta vai querer ter sido bailarina. E acho que a sensação mais desesperadora do mundo deve ser perceber que não se tem mais tempo. Que não se pode mais nada.

É claro que as coisas mudam. Eu queria mudar o mundo. Achava que faria isso com a cara pintada e arma em punho. Hoje eu quero abrir uma escola. 

Eu queria ser digna de ser ouvida e ter meu espaço no mundo. Pensava que só porque tinha dezessete anos e algumas espinhas eu teria esse direito. Hoje eu aprimoro minha cultura, que me dá base para argumentar sobre o que me interessa.

Eu queria ter 10 filhos. Mas já estou me contentando com 2 e alguns afilhados.

Enfim, o que eu quero dizer, é que os sonhos podem ser trabalhados para serem concretizados de outras formas. Mas de maneira alguma podem ser esquecidos. Não acho que ninguém queira carregar a culpa de não ter sido feliz por completo.




Não acho que ele possa parar de tocar...

terça-feira, 3 de março de 2009

As cinzas antes da quarta-feira


Que o Carnaval carioca nunca foi exemplo de honestidade e imparcialidade em seus julgamentos, todo mundo já sabe. É só reparar na enormidade de títulos que a Portela teve enquanto Natal era vivo, e a discrepância de depois da sua morte.

Mas até aí tudo bem. O Rio sempre foi metido a malandro, a esperto. Sempre teve sua máfia de bicheiros por trás e sempre viveu bem assim. O problema, ao meu ver, se dá quando se perde o respeito.

A malandragem foi embora e resumiu tudo ao dinheiro puro e simples. Não há mais política, não há mais influência. Há dinheiro. Ou falta dele.

É angustiante ver a Mangueira mal acabada e maltrapilha entrando na avenida depois de estourarem os quartéis generais do tráfico em janeiro. E deprimente ver a Mocidade lutando pra não cair a cada ano, depois da morte do Castor.

Chega a ser ridículo ver a Beija-Flor, que ganhou vários carnavais duvidosos nos últimos anos perdendo pontos absurdos só porque Sr. Anísio não estava por perto. Claro, eu gostei. Acho que a maioria gostou. Mas que grande parte deles foi injusto, foi. Tá, o Lula ajudou com sua aura azarenta... Foi o Corinthians, o Vasco, agora a Beija... vejamos quem ele vai agourar na próxima vez...

Enfim, será que o respeito outrora conseguido não vale de nada? Será que os critérios cariocas deixaram de ser apenas à margem da lei pra se tornar à margem da dignadade? Estamos mesmo caminhando pro fim da humanidade... até o que sempre foi desonesto consegue piorar.

Em tempo, o Salgueiro, grande campeão deste ano não foi citado devido a minha falta de parâmetro sobre ele. Será que dona Regina seria a contramão de tudo isso que eu escrevi? Será que teria sido dado a ela , justamente a ela, esse tal ¨troféu político¨ devido a história de vida dela, e bla bla bla? Ou será que o Salgueiro apenas mereceu e todo o resto não passa de teoria conspiratória?

Vai saber...