segunda-feira, 26 de maio de 2008

Da minha ida ao Maraca

Personagens:
Eu, 21 anos, tricolor desde os 13. Ele, também 21 anos, botafoguense desde a última encarnação. Mas o que Deus uniu não é uma bandeira que separa...

Ato 1 - Uma semana antes
-Mo, acorda! O Fluminense perdeu...
-Ah? Como?
-Porra, perdeu! Vamos no jogo de volta, quarta que vem?
-Jura?!?!?!?!?
-Ah, vamos...

Ato 2 - Quatro dias antes
-Mo, escuta essa. Já aprendeu as outras?
-Puta que pariu! Eu não quero aprender as músicas do seu time!
-Ah, Mo! Temos que fazer bonito... Vamos escutar só mais umas 12 vezes...

Ato 3 - Três dias antes
-Ih, tinhámos que ter comprado os ingressos já... estão acabando... vamos escutar o hino de novo?

Ato 4 - Dois dias antes
A personagem tricolor está em prantos e se descabelando.
-Acabaram os ingressos. Que merda!
-Calma, estão vendendo em Olaria.
-E você sabe onde fica Olaria?
-Não, mas o Google deve saber...

Ato final - No dia

Cena 1:
-Anda, pára aqui.
-Tá muito longe...
-Mas tá bom. Pára ali, no meio daquela família simpática que tá dormindo...

Cena 2:
-Porra, pára de pular assim! Você não está numa micareta!
-Mas eu só sei pular assim...
-Então economiza seus pulos pra quando o jogo começar que ainda faltam 2 horas...


O jogo começou. Teve gol pra cá, gol pra lá, mais gol pra cá e no final das contas o Fluminense se classificou. No final, até ele já estava torcendo...
Que venha o Boca!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Discurso sobre nada ou O dia que acordei meio emo

Passei aqui para tentar espantar as moscas e limpar as teias de aranha que já se criavam pela minha ausência. Mas não, não tenho um assunto...

Confesso que parte disso é minha culpa, que ando meio sem saco para criticar e com menos ainda para elogiar alguma coisa. Mas o mundo também anda tão parado... eu juro que da próxima vez que atirarem uma criancinha pela janela eu escrevo sobre, não estou em época de desprezar assuntos.

Sim, ando meio desgostosa com a vida... ando achando que não tenho muito a dizer, e quando digo, o mundo não me entende.

Imaginem vocês, que sempre fui meio esquisita. Desde que eu era um bebê. todos os outro eram gordinhos e sorridentes, menos eu. Eu era magrela e emburrada. Passei toda minha infância sem assistir ao menos um desenho japonês e a adolescência ouvindo Nirvana. É, eu era bem esquisita. E passei minha vida tentando ser igual a todo mundo. Qual não foi a minha surpresa, quando me vi uma adulta... indiferente! Sim, eu sou igual, e isso é tão sem graça...

Se eu fosse gótica, eu poderia planejar meu suicídio aqui com vocês. Sendo comunista, socialista, anarquista ou qualquer coisa assim, eu poderia ficar aqui falando dos males do capitalismo e blá blá blá. Já se eu fosse Testemunha de Jeová, eu poderia tentar catequizar todo mundo. Enfim, eu teria um assunto se eu continuasse sendo esquisita. Mas não, justo agora que eu tenho um blog e daria o maior ibope ser uma louca descompensada eu resolvo virar normal.

Não ser normal não rende um assunto... e eu não tenho vocação para escrever por horas e horas sobre o branco da parede. Bem que eu gostaria, mas não sou Veríssimo o bastante. Talvez nem um pouco, enfim.

Bom, é isso. Ou a falta disso, sei lá...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Plantas e mais plantas...

Quando eu fiquei sabendo sobre a Marcha da Maconha, todos os meus preconceitos afloraram e eu pensei: nooossa, que grande palhaçada! E eu até teria feito um post sobre isso na época, se eu estivesse com paciência para criar polêmica e ser insultada. Mas achei que não valia a pena por tão pouco.

Eis que descobri que vetaram a tal Marcha, e até prenderam um rapaz por lá. Foi quando eu lembrei que minhas opiniões são, geralmente, contraditórias e fiquei indignada de novo.
Eu acho realmente que com tanto problema no mundo, é um desperdício de tempo ocioso anarquista fazer uma passeata por maconha. Até não acho um absurdo muito grande legalizar, acho que cada um faz o que quer da vida, e pro usuário em si não muda muita coisa... Mas daí a tornar isso uma bandeira, defender com unhas e dentes... eu acho mais útil tentar salvar os golfinhos laranjas do sul dos Emirados Árabes!

Mesmo pensando assim, achei um absurdo maior ainda não deixarem os coitadinhos dos maconheiros desocupados soltarem o verbo por aí. Afinal, “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização” segundo o inciso XVI do artigo 5º da Constituição Federal (ao mesmo tempo contradiz o artigo 287 do Código Penal. Mas esse é o nosso país. ¬¬). Pelo menos é o que consta na busca do google. E penso que ninguém deve censurar o pensamento de ninguém, mesmo quando não é um pensamento tão politicamente correto.

Pior do que isso, é o livro It's Just a Plant, que conta com figurinhas bonitinhas para criancinhas legais e que faz tudo parecer genial. Aliás, se eu tivesse lido no auge dos meus oito anos, teria experimentado logo na primeira oportunidade. A versão em português você encontra aqui.

O livro, está liberado. as manifestações no orkut, como uma rapaz falando "eu vou continuar fumando", também. A maconha inclusive, não está tão censurada assim... quem já foi num show de reggae pode confirmar. Mas, parece que as autoridades não estão tão preocupadas com os fatos... manter as aparências jogando o lixo pra debaixo do tapete é sempre mais fácil.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Prazeres da vida

Madrugada de feriado. Eu aqui, descalça e amarrotada vagando pelo orkut numa busca incansável sobre algo interessante. Navegando por comunidades inúteis, lendo opiniões tão inúteis quanto, e pensando sobre as coisas mais banais da realidade terrena, como a Dança do Quadrado, que descobri esses dias e não me saiu mais da cabeça. Divertido, não?

Mas acabei sendo tocada por um sentimento monótono. O sentimento de que, pra mim, os grandes prazeres da vida não são tãão mais interessantes do que escrever ou ler inutilidades das tais comunidades/blogs/etc. E o mais engraçado é que a minha idéia aqui é justamente essa, apresentar tais coisas inúteis de uma forma interessante, com uma pitada de sal. Resolvi falar dos grandes prazeres da minha vida, as grandes inutilidades prazeirosas que me fazem abrir os olhos.

Prazer pra mim, é acordar sem despertador. É tomar um copo de Coca no café da manhã acompanhado de um cigarro (sem apologias!). É ver o raio do programa de esportes que nunca fala sobre os times cariocas e almoçar reclamando, mas ver de novo no dia seguinte.

Prazer é chegar no final de semana e não ter absolutamente nada melhor pra fazer do que sentar com meia dúzia de 15 pessoas que cresceram comigo e jogar poker até o dia clarear. A tensão, o blefe, as mãos suando... nada mais prazeroso. Empata talvez com um joguinho de sueca, que também acontece de vez em quando...

O auge do prazer é quando toca o telefone e uma vozinha de bebê está do outro lado. E aí eu falo ¨eu tinhamu! e te macacheiro também!¨ e os dois dão risadinhas fofuchas.

Sem deixar de lado meu lado ranzinza, prazer pra mim são aquelas discussões que não levam a lugar nenhum e duram horas e horas. Todo mundo grita, sobe na mesa, mas no final ninguém descobre se existe ou não vida após a morte. E mesmo ninguém admitindo, todo mundo aprende um pouquinho...

Prazer real é quando você descobre que pode contar com quem você nem imaginava. E quando você lembra que no fundo, todo mundo tem um lado bom... ou talvez prazer seja mesmo sonhar sem dormir.

Prazer é compartilhar um pedacinho meu com o resto do mundo, tentando acreditar que alguém se importa...