quarta-feira, 7 de abril de 2010

A arte de envelhecer...


Acho engraçado o pânico que o mundo tem de envelhecer. As pessoas se esticam, se enfeitam, mentem a idade, juram de pé junto que aquele não é o oitavo aniversário de 59 anos que você está indo... Fingem que são uma coisa que não são, e acabam não sendo coisa alguma. Ficam estatelados ali, entre uma fase e outra, esperando uma máquina do tempo ou um remédio milagroso que faça se perder tudo o que foi conquistado em tantos anos.

Envelhecer é uma arte, e ser idoso é uma experiência que todos deveriam se permitir. Todos deveriam se entregar de corpo e alma, sem preconceitos e barreiras e aproveitar o que só essa fase da vida pode proporcionar.

Os filhos criados, a aposentadoria, a necessidade de menos horas de sono e o total descompromisso com a sociedade. O que pode parecer mais perfeito?

Quando se tem 60, 70 anos, o mundo não espera mais absolutamente nada de você. Nada. Qualquer desejo incontrolável seu pode ser atribuído a falta de sanidade que julgam que a idade traz.

Sendo assim, se você quiser tatuar o Ben 10 na sua testa pra agradar seu netinho, vá em frente. E pinte os cabelos de verde para combinar. Caso a sua neta fique enciumada, vista-se de Barbie.

Mas você pode não gostar de crianças, e esse é o momento certo para colocar esse sentimento pra fora. Você não precisa mais fingir. Você pode dizer que é uma bruxa malvada e fazer pequenas crueldades psicológicas com todas as crianças do prédio. Não se preocupe, todos vão entender.

Você pode falar mal dos outros, pode assitir novela ou pode virar hippie ou punk. Você não deve mais nada pra sociedade. Nada mesmo. É a hora de relaxar e aproveitar a pessoa que você sempre achou que era, mas ainda não tinha tido oportunidade para confirmar...

É hora de ser você. Seja lá quem você for.